We’ve updated our Terms of Use to reflect our new entity name and address. You can review the changes here.
We’ve updated our Terms of Use. You can review the changes here.

Eu contenho todos os meus anos dentro de mim (2005)

by input_output

/
  • Streaming + Download

    Purchasable with gift card

     

1.
DOUGLAS (4 anos): Marcha soldado... BARBIE: Grrr grrr grrr... SELVINA: Íris, tocou uma música que parou... ÍRIS: Música?? SELVINA: Música de violão...
2.
Caminho 03:08
o piso reflete o céu
3.
Joelho 03:02
os traumas me deixam cheio de dedos e eu queria ter apenas um joelho
4.
Escombros 02:59
vamos juntar nossos escombros e formar a cidade mais bonita do mundo.
5.
6.
7.
8.
Medo 00:56
9.
10.
Albatroz 03:39
dorme voando voa dormindo mantém-se imóvel viajando no céu. pode ser abatido facilmente por predadores maus, mas é o instinto. a natureza sabe o que faz, não? enquanto voa, sonha com o mar que vai passando abaixo dos pés. a luz do sol faz reflexo na água, que parece fresca e parece morna. ela é molhada, assim como chuva que pode cair de nuvens cinzas carregadas de uma eletricidade que pode abatê-lo. enquanto vive, sonha com nuvens branquinhas que também cantam e sonham como ele.
11.
fly. may be a insect. may be a project.
12.
13.
Banho quente 03:02
a água quente do chuveiro cai na minha cabeça, escorre pelo meu corpo, molha meus pés. eu fecho os olhos e vejo os anjos evaporarem do chão. new angels fly. ouço as guitarras, penso no calor da infância, no frio da adultez; penso no calor úmido da carne, no bife à milanesa, na água da lagoa, na água do mar. penso que a toalha é uma capa. sou o super nu.
14.
15.
16.
quero uma esperança qualquer. (Poema de Muriel Paraboni.)

about

recorded 2003-2004-2005
and mixed by Douglas Dickel at home

credits

released September 24, 2005

by Open Field/Peligro


Acoustic guitar,
electric guitar,
analog synth,
virtual instruments,
samples research,
cover photography,
lyrics and voice:
DOUGLAS DICKEL

Voice ("Escombros"):
MARIANA PRATES

Recording and mixing ("Sol escarrado de cinza"):
MARCELO FRUET and BOTO STANLEY
at Estúdio 12


***

"Domingo [em junho de 2003], uma nostalgia manifestando-se plenamente em mim provocou algo indizível, uma espécie de transcendência única, uma experiência primeva na minha vida. Foi uma visita ao colégio onde eu estudei pelos dez anos mais importantes de formação da minha personalidade, do meu repertório de emoções e imaginações. Quando eu e o Muriel, que foi meu colega desde a terceira série, avistamos o pátio, da janela do corredor, as lágrimas tomaram os olhos e um arrepio absurdo tomou os póros dos braços. Pela visão em si e pela consciência de que abalos maiores ainda iriam acontecer em nós. Descer até o pátio foi mágico. Fui em direção a uma escada que lembrei que servia de assento para eu tomar o meu toddynho ou comer o meu pingo d'ouro. Sentei, sozinho, exatamente onde eu sentava, e então veio a tempestade cinematográfica interior: um choro desesperado, uma percepção devastadora. Eu me senti sendo eu naquele momento e sendo eu em todos os momentos anteriores em que estive sentado ali, naquele degrau. Tive a percepção de toda a minha existência. Dei-me conta de que eu sou um novo homem sem deixar de ser quem eu sempre fui. Todas as transformações ocorrem de acordo com as potencialidades da minha alma. Está tudo aqui dentro, é só puxar mais este lado ou mais aquele outro. Posso eu mesmo puxar; pode outra pessoa puxar. Chorei pela impotência de não poder voltar mais àquele meu tamanho que fazia tudo parecer maior do que hoje parece. Chorei de felicidade por eu ter feito o meu caminho, e não há nada mais bonito do que fazer o próprio caminho. Chorei por eu ainda ser aquele menino, ainda sentar e caminhar e me mexer do mesmo jeitinho. Chorei por todos os temporais e por todos os sóis, e principalmente pelo sol que agora me ilumina. O choro foi convulsivo mesmo, extasiante. Levantei com os olhos inchados e vermelhos e caminhei por todos as escadas e trilhas daquele colégio, reconhecendo cada detalhe, de cada ângulo. Eu lembrei exatamente de todos os cantos. Que coisa louca! Estava escurecendo. Eu, o Muriel, o Suzin e o Pituca, os quatro visitantes, fomos até a sala onde fizemos o terceiro ano. Puta que pariu. Sentei na minha classe e lembrei onde sentava cada colega meu. Havia dois espelhos de classe na parede da sala: o da turma da manhã e o da turma da tarde, ambas de sexta série. Escrevi no quadro-negro: Juliana e Augusto: eu sentava no lugar de vocês em 1993. douglasdickel@..."

license

all rights reserved

tags

about

input_output Porto Alegre, Brazil

input_output is Douglas Dickel, who was the guitarist for Blanched, a southern brazilian post-rock band from 00’s. Experimental ambient, field recording, electronic, indie, post-rock, harsh noise, glitch, microsound. Atmospheric, cathartic, cerebral, circular, demonic, eerie, hypnotic, meditative, nocturnal, ominous, quirky, spacey, trippy, wintry. ... more

contact / help

Contact input_output

Streaming and
Download help

Report this album or account

input_output recommends:

If you like input_output, you may also like: